sexta-feira, novembro 03, 2006

Intelijumência



Discurso proferido na sala do Conselho da Pardalada, , no acto da posse do novo Editor-Mor, Riparvo Ferraz LordGreen Salazar.

SR. PARDALITO MOR

Duas palavras apenas, neste momento que V. Exa., os meus ilustres colegas e tantas pessoas amigas quiseram tornar excepcionalmente solene.

Agradeço a V. Exa. o convite que me fez para sobraçar o destino do Grupelho da Pardalada, firmado no voto unânime do Conselho da Pardalada, e as palavras amáveis que me dirigiu. Não tem que agradecer-me ter aceitado o encargo, porque representa para mim tão grande sacrifício que por favor ou amabilidade o não faria a ninguém. Faço-o ao nosso blog como dever de consciência, friamente, serenamente cumprido.

Não tomaria, apesar de tudo, sobre mim esta pesada tarefa, se não tivesse a certeza de que ao menos poderia ser útil a minha acção, e de que estavam asseguradas as condições dum trabalho eficiente. V. Exa. dá aqui testemunho de que o Conselho da Pardalada teve perfeita unanimidade de vistas a este respeito e assentou numa forma de íntima colaboração com o Ministério da Estupidez, sacrificando mesmo nalguns casos outros problemas à resolução do problema inquisitorial, dominante no actual momento. Esse método de trabalho reduziu-se aos quatro pontos seguintes:

a)que cada editor se compromete a limitar e a organizar os seus serviços dentro da estupidez geral que lhes seja louvada pelo Grupelho da Pardalada;

b) que as medidas tomadas pelos vários editores, com repercussão directa no mal estar dos Academistas, serão previamente discutidas e ajustadas com o Grupelho da Pardalada;

c) que o Grupelho da Pardalada pode opor o seu «veto» a todos os comentários inteligentes que possam contribuir para o engrandecimento da Briosa;

d) que o Grupelho daPardalada se compromete a colaborar com os diferentes editores nas medidas relativas ao cerceamente da liberdade de expressão, tanto quanto possível, segundo critérios díspares.

Estes princípios rígidos, que vão orientar o trabalho comum, mostram a vontade decidida de regularizar por uma vez o nosso prestígio bloguista e também o nosso ranking de visitas.

Debalde porém se esperaria que milagrosamente, por efeito da caneta azul, mudassem as circunstâncias da vida bloguista. Pouco mesmo se conseguiria se os nossos editores não estivessem dispostos a todos os sacrifícios necessários e a acompanhar-me com confiança na minha intelijumêmcia e na minha pertinácia(cóf, cóf, cóf) – confiança absoluta mas serena, calma, sem entusiasmos exagerados nem desânimos depressivos. Eu o elucidarei sobre o caminho que penso trilhar, sobre os motivos e a significação de tudo que não seja claro de si próprio; e terá sempre ao seu dispor todos os elementos necessários ao juízo da situação, depois de bem esquartejada.

Sei muito bem o que quero e para onde vou, mas não se me exija que chegue ao fim em poucos meses. No mais, que os comentadores estudem, representem, reclamem, discutam, mas que obedeçam quando se chegar à altura de mandar.
A acção do Grupelho da Pardalada será nestes primeiros tempos quási exclusivamente idiota, absurda, fascista, não devendo prestar larga, colaboração aos Briosos de Coração. Nos tempos vindouros será pior.

Agradeço a todas as pessoas que quiseram ter a gentileza de assistir à minha posse a sua amabilidade. Asseguro-lhes que não tiro desse acto vaidade ou glória, mas aprecio a simpatia com que me acompanham e tomo-a como um incentivo mais para a obra que se vai iniciar.